Vigilância aérea nas praias de Santa Cruz

Um projeto de 4 anos.

Por norma, a vigilância balnear nas praias de Santa Cruz é feita pela ação dos nadadores-salvadores e de uma viatura de apoio que anda cá e lá a patrulhar as praias do concelho. No entanto, esta temporada, há um importante complemento aos meios tradicionais – o uso de parapente. 

O parapente, graças ao trabalho de três pilotos, traz a componente aérea ao trabalho de vigilância no litoral de Torres Vedras. A missão de vigiar praias e arribas está agora mais completa. 

Um dos pilotos que sobrevoa as praias do concelho, há 20 anos, é João Belo. Aos 53 anos já se habituou à experiência de prevenir, vigiar e alertar a população para os perigos existentes no mar e nas arribas e até reportar ocorrências às autoridades.

É gratificante estarmos a fazer um voo de lazer e, ao mesmo tempo, estarmos a ser úteis.

No verão, são sobretudo banhistas em praias não vigiadas que entram em “agueiros, que ao nível da água não são percetíveis e que a sobrevoar de parapente se consegue definir muito bem”.

Em 2018, João Belo foi premiado pelo município de Torres Vedras, depois de ter avisado as autoridades para uma vítima caída numa arriba, e daí surgiu o projeto “Alerta e Vigilância em Parapente”.

O projeto, que arrancou nesta época balnear e vai desenrolar-se durante quatro anos, foi integrado no programa “Praia Segura”, iniciativa com uma viatura que percorre todos os dias as praias do concelho, munida de dois nadadores-salvadores.

Além da prevenção, vigilância e alerta a banhistas, caminheiros, pescadores ou surfistas e da busca de pessoas ou animais desaparecidos, o projeto tem como missão observar o estado das arribas e reportar derrocadas iminentes à Proteção Civil Municipal, como já aconteceu nesta época balnear.

“Reportámos à Proteção Civil uma arriba perto da Praia do Seixo, que está muito cavada por baixo. Quem anda por cima nos trilhos não se apercebe”, contou João Belo. A Proteção Civil Municipal colocou sinalização no local a alertar os cidadãos para a zona perigosa e comunicou o caso à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A vigilância das praias em parapente surge com o objetivo de reforçar os meios de proteção, vigilância e socorro das praias concessionadas e nas praias não vigiadas no concelho de Torres Vedras.

Desde o início da época balnear, o programa “Praia Segura” já registou cinco ocorrências, relacionadas com doença súbita, alerta de incêndio, arrojamento de golfinhos e recolha de caravelas portuguesas.

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