A primeira competição foi já há 10 anos e na altura o resultado possível foi um 11.º lugar. Hoje em dia as coisas são ligeiramente diferentes para o Miguel Braz que, além de vestir as cores da Associação Sealand, afirma-se também como um dos skimboarders de referência do país – no currículo tem já uma estridente vitória no Internacional de Skimboard 2018. Aproveitando a sua presença na 1.ª etapa do Nacional de Skimboard, realizada em Santa Cruz no passado dia 10 de junho, onde levou a melhor, ficámos a conhecê-lo melhor.
Antes de mais, fala-nos um bocadinho de ti e de como entraste na onda do Skimboard…
Chamo-me Miguel Braz, tenho 25 anos, sou natural de Lagos. Faço Skimboard há 14 anos e a primeira vez que agarrei numa prancha de skiming (de madeira) foi em Lagos, na Meia Praia, com o meu amigo de infância, Alexandre Ferro, que também praticava a modalidade na altura.
Entretanto, os meus pais compraram-me uma prancha toda em madeira e a partir daí nunca mais deixei a modalidade. Ia muitas vezes para a praia do Castelejo e praia da Barriga, na Vila do Bispo, pois foi onde o meu pai nasceu, enquanto ele ia à pesca eu praticava skimboard à beira d’água.
Em 2009 foi-me apresentado outro estilo da modalidade, o Skimboard em que se apanha ondas. Foi aí que conheci o João Amaro, uma das pessoas mais importantes no meu crescimento e evolução no desporto. André Losna foi também uma das grandes influências no meu skiming até hoje. De seguida comprei uma prancha de fibra e comecei a fazer skimboard com estes dois “professores” juntamente ao meu amigo Alexandre! Hoje em dia apenas eu, o Igor Pacheco e o Jonas Fernandes, somos os três algarvios que praticam a modalidade mais assiduamente na zona sul do país.
Santa Cruz é uma vila muito acolhedora e bonita e as pessoas que lá vivem são simpáticas
Fala-nos das ondas/praias que costumas cruzar?
A minha praia favorita, que foi onde apanhei a minha primeira onda, é a praia dos Caneiros. Tem uma onda muito consistente com fundo pedra, o que faz com que às vezes seja um bocado perigosa. Uma outra praia que também adoro é a praia do Porto Mós, em Lagos. O porquê de gostar desta praia é que tem um fundo em laje o que faz com que a onda na maior parte das vezes quebre perfeita. Uma praia muito conhecida em Lagos que foi areada e também uma das minhas favoritas, é a praia Dona Ana, que neste momento dá um sider muito engraçado.
Em Santa Cruz venceste pelo segundo ano consecutivo. Este parece ser um sítio especial para ti…
Santa Cruz é para mim muito especial, porque é um sítio onde vou desde 2010. Fui sempre todos os anos, no Ocean Spirit, é uma vila muito acolhedora e bonita e as pessoas que lá vivem são simpáticas. Tenho alguns amigos de Santa Cruz que também praticam esta modalidade o que faz com que ainda goste mais desta terra. Como vou lá muitas vezes é um tipo de onda que eu gosto e me sinto à vontade.
O Skimboard deveria ser levado um pouco mais a sério visto que é um desporto que ainda está em crescimento
Como analisas o atual estado do Skimboard em Portugal?
Penso que o Skimboard neste momento deveria ser levado um pouco mais a sério em Portugal visto que é um desporto que ainda está em crescimento. A verdade é que não há muita gente que conheça o Skimboard de ondas, o que significa que se não formos nós a puxar por isto parece-me que as gerações futuras não irão levar a modalidade tão a sério. O que eu acho que a minha geração deveria fazer, mesmo que não queira participar em campeonatos, ao menos, era tentar fazer com que a modalidade seja um pouco mais conhecida.
Para terminar. Que objetivos e planos para a presente temporada?
Objetivos para esta temporada são consagrar-me campeão nacional e também ganhar novamente o Internacional de Skimboard no Ocean Spirit (Campeonato Europeu). Quero agradecer muito à Associação Sealand por esta oportunidade e por poder deixar uns comentários acerca do Skimboard. Quero também agradecer muito aos meus patrocinadores, a Dogflut Skimboards, Nuts Traction, Peppers Bar Lagos, Futah Beach Towels, Jah Shaka Surf Shop Lagos, Santana Fisio e NCI Publicidade por acreditarem em mim e no meu trabalho.
Os meus pais compraram-me uma prancha em madeira e a partir daí nunca mais deixei