A rara beleza natural das suas praias faz de Santa Cruz uma das estâncias balneares mais concorridas da região oeste.
O conjunto de praias que envolve Santa Cruz, formadas por extensos e dourados areais, bem como majestosas arribas, revelam aos seus utilizadores um quadro de sublime beleza.
Uma dessas praias guarda uma história especial. Falamos da Praia do Navio e da origem do seu nome que, segundo consta, se deve ao encalhe de um navio num dos seus bancos de areia, ainda no século passado.
Reza a história que a 5 de fevereiro de 1929 o navio Hay, de bandeira norueguesa, se desviou da sua rota e acabou por embater nesta conhecida praia torriense. As causas do acidente são desconhecidas, mas, devido à experiência e habilidade do Comandante, a tripulação saiu ilesa e não houve registo de uma única baixa ou ferido.
De acordo com o site Torres Vedras Antiga:
“Alguma carga que o navio transportava, como cigarros de fabrico inglês, chocolates e outros, foi vendida pelos próprios tripulantes, tendo uma parte da mesma sido objeto de atos de vandalismo, por parte de indivíduos menos escrupulosos.”
Nove décadas após a ocorrência, de tempos em tempos, os vestígios do navio ainda são visíveis e surgem à superfície. Caso do verão passado onde o afloramento dos destroços do navio Hay levaram a Capitania do Porto de Peniche a limitar parte do acesso à zona de rebentação.
Na presente temporada tal não se verifica, o acesso é pleno e total. A Praia do Navio tem sido mesmo uma espécie de talismã e de paraíso para a comunidade de surfistas local. É que os dias de grandes ondulações e de vento vindo de leste (offshore) que se têm verificado, têm proporcionado sessões de ondas perfeitas, em condições naturais, e são sempre um argumento bem forte e válido para captar a atenção dos surfistas que desejam evoluir apanhando as portentosas ondas tão caraterísticas da estação invernal.
Imagens de ação // Nuno Brilha
Imagens navio // Adão de Carvalho e Paulo Bernardes
