Guilherme Fonseca é um dos surfistas da zona oeste que no início do ano passou a fazer parte da família Sealand, passando assim a levar o nome de Santa Cruz onde quer que se desloque. Aproveitámos o regresso a casa, depois de uma recente investida a Marrocos, para fazermos uma espécie de balanço do ano. Eis o que nos contou nesta nova atualização.
Em termos nacionais, fechaste o ano em 13.º lugar da Liga. Estavas à espera de alcançar um pouco mais entreportas ou este é um resultado que corresponde às expetactivas?
Tinha definido com o meu patrocinador que este ano o meu foco seria viajar e surfar o máximo que conseguisse. Acabei por fazer quase todas as etapas da Liga MEO (menos a do Algarve) e fiquei em 13.° no geral. Claro que não foi o resultado que queria, mas sinto-me tranquilo, pois, nos heats em que perdi, tal deveu-se a erros táticos de competição. Senti que evoluí bastante este ano e sei que os resultados vão aparecer naturalmente assim que entrar no ritmo competitivo.
(…) os resultados vão aparecer naturalmente assim que entrar no ritmo
2019 foi definitivamente um ano de muitas viagens e de evolução técnica. Fala-nos um pouco sobre isso… de como as viagens e a evolução se cruzam e estão no fundo interligadas.
Posso dizer que este foi o ano em que fiz mais surf na vida. Para começar, fui para o Havai e levei com uma dose de surf incrível. Foi uma viagem que me ajudou a abrir os horizontes e a definir objetivos enquanto surfista. Senti que precisava de treinar bem mais para chegar ao alto nível. Depois foi a viagem da Indonésia onde passei muito tempo na água a aperfeiçoar o meu surf. Foram dois meses de puro surf, não me lembro de ter parado um dia. Senti que foi a viagem onde senti mais evolução em termos técnicos. Agora quero passar o final do ano em Portugal, pois tenho ondas boas para surfar com uma grande consistência e pouco crowd.
Quero estar com muito ritmo de surf e aproveitar ao máximo para passar horas na água
Já agora, qual o propósito da recente investida a Safi?
Como as previsões para Portugal estavam fracas, com um swell grande mas com vento francamente desfavorável, decidi fazer uma investida de cinco dias a Safi com vista a apanhar o swell perfeito que para lá se encaminhava. E assim foram cinco dias de surf sem parar, enquanto que em Portugal tal seria impossível devido à previsão. Para além disso, Marrocos é perto de Portugal e os custos são poucos. Quero estar com muito ritmo de surf e aproveitar ao máximo para passar horas na água. Foi essa a principal razão da minha ida a Safi.
(…) a competição foi sempre a minha maior motivação e paixão
Uma última questão. Para 2020, mantém-se esta toada ou vamos ter um Gui Fonseca mais focado na competição?
Em 2020 vou atacar o QS. Tenho como objetivo a entrada no top 100 do WQS e acabar no top 5 Nacional. O meu foco vai ser a competição, mal posso esperar para competir a 100%, pois, apesar de gostar de free surf, a competição foi sempre a minha maior motivação e paixão!
Imagens (de cima para baixo): Bruno Matos, Tomás Bello (2x) & Bruno Dias